Muitos consumidores, mesmo antes do advento do Código de Defesa do Consumidor, possuíam consciência de que de alguma forma tinham que se defender dos abusos de determinadas empresas.
Sabendo-se inatingíveis pela Justiça, as empresas nada faziam ante as reclamações de seus clientes e a certeza da impunidade fazia com que elas os ignorassem. Essas empresas não se lembravam, no entanto, de que a propaganda boca a boca é a melhor.
É sobre isso que eu quero falar hoje.
O Código de Defesa do Consumidor foi a maior aquisição para essas pessoas, ou seja, as que não gostam de ser ludibriadas e passadas para trás. Com o CDC ficou mais fácil para que elas tivessem seus direitos defendidos.
Soube de alguns casos que hoje passarei para os meus leitores. Estes casos mostram o grande poder do consumidor, mesmo antes do advento do CDC.
1º) Certa vez, uma senhora, insatisfeita com o serviço prestado por uma firma de conserto de geladeiras, ao reclamar com o gerente e não obtendo o devido retorno do técnico à sua residência, colocou uma cadeira em frente da loja e comunicou a todos os clientes que entravam sobre a negativa do gerente em atendê-la. Em poucos minutos a loja perdeu vários clientes e o gerente, não tendo alternativa, imediatamente mandou um técnico à casa da senhora para reparar novamente sua geladeira.
2º) Um grupo de jovens formandos, ao tentarem pegar seus convites de formatura no dia marcado, obteve da empresa contratada a informação de que os mesmos ainda não estavam prontos. Para decepção de todos, não seria possível entregá-los em tempo hábil aos seus familiares e às pessoas de seus relacionamentos. Não tendo alternativa, os formandos ameaçaram ao gerente de que informariam às comissões de formatura de todas as Universidades sobre o ocorrido, o que levaria a empresa a não prestar mais os seus serviços a estas Universidade. Imediatamente o gerente colocou funcionários em serviço noturno e no dia seguinte estavam todos os convites prontos e entregues.
3º) Um senhor colocou seu relógio de alto valor financeiro para ser consertado numa loja de renome. Tendo ido várias vezes pegá-lo e nunca tendo conseguido recebê-lo de volta, resolveu dar parte na delegacia, pois achou este o melhor modo de ter sua jóia de volta. Com um simples telefonema do delegado à loja, imediatamente o relógio apareceu e foi entregue já consertado. (Vale informar que a loja era de pessoa idônea, mas por ser uma época de muito serviço, não atendeu corretamente ao cliente. Por isso não houve intenção de roubo e nem processo aberto, a pedido do consumidor).
4º) Um jovem, após receber seu primeiro salário, resolveu comprar um automóvel. Ajudado pelo pai deu uma boa entrada, mas não viu a chegada do carro. Após mais de trinta dias do ocorrido e não tendo retorno de suas reclamações foi, munido de um tambor e ajudado pelo pai, com roupa e nariz de palhaço, à porta da revendedora, onde ficaram cantando e contando, com palavras e rimas, o ocorrido. Uma hora depois estavam saindo dirigindo o automóvel.
Naquela época cada um se defendia como podia. Mas havia pessoas que, como hoje, deixam-se ludibriar pacificamente e ainda criticam aqueles que se defendem, chamando-os de criadores de caso.
O que essas pessoas se esquecem é que agora a lei existe justamente para que não haja tais abusos. Hoje o Código de Defesa do Consumidor está aí, bem próximo de todos, e ele foi feito para a melhoria de nosso relacionamento com as empresas.
Atualmente a mídia está ao lado do consumidor e os principais jornais do País criaram colunas, que esclarecem ao consumidor sobre os seus direitos. Alguns possuem páginas voltadas especialmente para as queixas dos consumidores.
Na rede mundial (internet), o descontentamento assumiu novos ares, com muito humor e sites que criticam ironicamente as empresas mais odiadas pelos internautas, com títulos tipo “eu odeio tal empresa”.
Porém o caminho mais certo atualmente é a Justiça, pois assim certamente o consumidor terá garantida a sua defesa, sem passar pelas humilhações que as pessoas citadas acima, passaram no passado.
E o Código de Defesa do Consumidor está aí mesmo, para ajudá-lo sempre!
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